quarta-feira, 7 de julho de 2010

Florença


A Itália é um país tão extraordinário que quando você viaja por la é difícil escolher qual região visitar. Se você é daqueles felizardos que dispõe de muito tempo e muuuuuito dinheiro pode fazer uma longa peregrinação desbravando todos os belíssimos rincões daquele pais que já sediou o Império mais poderoso da terra. Mas se você for que nem eu e a maioria dos mortais, vai ter que eleger 2 ou 3 regiões ou cidades sob pena da sua viagem se transformar naquela do tipo que você afirma “ Se hoje é quarta feira, então devemos estar em Milão”. Concordo plenamente que escolher entre Roma e toda a sua história, a beleza estonteante de Veneza, O chiquê de Milão, Nápoles, a terra natal da pizza e que pizza!!, Turim e o Piemonte (ahhh, a trufa branca de Alba em outubro....), Ligúria e a Cinque Terre a esquina mágica da Riviera Italiana não é uma tarefa nada fácil, tudo é tão essencial, mas eu, com o coração estraçalhado e os olhos marejados, escolho Florença. Arrebatadora, extasia e apaixona a primeira vista. É tão perturbadora que é comum turistas serem internados por causa da chamada Síndrome de Stendhal, Não é brincadeira, a doença foi diagnosticada na década de 70. Os sintomas são tontura, taquicardia, confusão mental. Tudo causado por algo a que nós não estamos habituados: excesso de beleza. Stendhal, escritor francês, autor de O Vermelho e o Negro, teve um surto ao entrar na Igreja de Santa Croce, em 1817, onde estão os restos de Michelangelo, Maquiavel e Galileu, e ver os afrescos de Giotto. "Eu estava numa espécie de êxtase", escreveu ele no livro Roma, Nápoles e Florença. "Tudo falava tão vivamente à minha alma. Tive palpitações. A vida se esvaía de mim. Eu caminhava com medo de cair." Isso não é frescura de francês, definitivamente. Eu senti algo parecido ao ver na Galeria Dell’Accademia a luta dos escravos inacabados do Michelangelo tentando se liberar do mármore que os aprisiona. Florença, com suas ruas estreitas, berço do Renascimento, uma cidade em que palácios e monumentos aparecem a cada esquina, em que cada pedra tem uma história, é o retrato da genialidade humana. No século 15, era o centro do mundo (ou seja, da Europa), atraindo o talento de gente como Leonardo da Vinci, Donatello, Michelangelo, Dante Alighieri, Galileu, Brunelleschi, Boccaccio, Botticelli, Rafael... Chega, ou quer mais? E a comida!! E o vinho!!! Mamma mia!! A Toscana produz dois dos mais belos vinhos italianos, o Chianti e o Brunello de Montalcino. Os pratos tradicionais são simples e rústicos, como a bisteca alla fiorentina (chuleta de gado assada em forno à lenha), o arista (lombo de porco com recheio de alecrim e alho) e o pollo alla diavola (frango grelhado e marinado com ervas). Outro prato tradicional da região é a ribollita (que significa “refervida”): ensopado com feijão, legumes e ervas. Um ingrediente indispensável é o azeite de oliva, um dos orgulhos da região. Ainda encontram-se os embutidos, queijos — grande parte deles feita com leite de cabra, como o conhecido pecorino — e doces, como o panforte (tipo de torrone principalmente encontrado em Siena). E, para terminar uma refeição, os toscanos degustam cantucci (biscoito de amêndoas) embebido em Vin Santo (vinho doce feito de uvas secas ao sol). E tem o gelato, o de nocciola eu como entre soluços e lágrimas. Dio mio!!!! Como sou rato de bons restaurantes, juntei todas as minhas economias e resolvi encarar o “Enoteca Pinchiorri”, um dos melhores de toda a Itália, três estrelas Michelin. Paguei uma verdadeira fortuna mas não me arrependi. Um salão classudo, em tons claros e toalhas rosadas, com um enorme vaso com flores no centro. Louças cristais e talheres palacianos, e a lendária adega com os mais fantásticos vinhos que jamais imaginei reunidos. Depois de toda esta orgia e já apresentando sintomas da síndrome da plenitude total, sai pelas ruas de Florença agradecendo a Baco, a Dante, a Da Vinci e principalmente a vida.






Fettuccine com nozes e parmesão

Ingredientes:
150 ml de leite
1 fatia de pão de centeio adormecido
25 g de parmesão ralado
1/2 dente de alho
1 xícara de nozes picadas e tostadas rapidamente na frigideira
250 g de fettuccine
Passas de uva (opcional)

Modo de preparo:
1 Cozinhe o macarrão até ficar al dente. Regue o pão com o leite e bata todos os ingredientes (exceto o macarrão e as passas)) no liquidificador com um fio de azeite. Misture com um pouco de água do cozimento do macarrão. Decore com nozes, passas e salsinha picadas e sirva.Rendimento: 1 porção


Um comentário:

Flavia Alvarez disse...

Tita...adorei a tua pagina do blog, gostei de saber deste blog,o titulo "De Paris a São Borja",sabes que sou de lá.
Estarei sempre olhando..pois gosto de informações ,ainda mais sendo de mulheres descoladas.
beijão bem grande e muito sucesso
Flavia Alvarez